FecomercioSP solicita parcelamento do ICMS das vendas de dezembro para apoiar o varejo paulista
Em ofício enviado ao governador
do Estado de São Paulo, Tarcísio Gomes de Freitas, e ao secretário da Fazenda e
Planejamento do Estado de São Paulo (Sefaz/SP), Samuel Kinoshita, a Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São
Paulo (FecomercioSP) pleiteia o parcelamento do ICMS referente
às vendas realizadas pelos comerciantes no mês de dezembro, em São Paulo.
O pedido — tradicional da
Entidade — inclui a postergação do prazo de vencimento do ICMS das vendas de
dezembro para o início de 2025, com a possibilidade de parcelamento do tributo
em até duas vezes (mensais e consecutivas), sem a incidência de juros e multas.
Caso a medida seja aprovada, os comerciantes poderão pagar 50% do imposto até
20 de janeiro, e a segunda cota, de 50%, até 20 de fevereiro.
A iniciativa, conforme destacado
no documento, segue o precedente estabelecido em 2023, quando o Decreto
Estadual 68.244/2023, autorizado pelo Convênio ICMS 227/2017 do Conselho
Nacional de Política Fazendária (Confaz), concedeu condições semelhantes às empresas
paulistas. A medida é relevante para auxiliar empresários a equilibrar as
finanças de fim de ano e planejar a quitação de tributos e outros compromissos
financeiros nos meses seguintes.
O pleito também foi entregue,
como reforço, a Paulo Pacello, subsecretário-adjunto da Sefaz/SP, durante o
almoço de confraternização do Conselho Estadual de Defesa do Contribuinte de
São Paulo (Codecon/SP), que aconteceu na última quarta-feira (11),
na sede da FecomercioSP.
Márcio Olívio Fernandes da Costa, presidente
do Codecon/SP, e Paulo Pacello, subsecretário-adjunto da Sefaz/SP. (Foto:
Divulgação/Codecon/SP)
Impacto
limitado à arrecadação
O ofício ressalta que grande
parte do ICMS é recolhida antecipadamente pelos contribuintes por meio do
regime de substituição tributária. Portanto, a postergação do imposto devido
não deve gerar prejuízo significativo para a arrecadação estadual.
Além disso, a FecomercioSP
argumenta que o comércio varejista enfrenta dificuldades específicas no período
de fim de ano, como o parcelamento da maior parte das transações comerciais,
enquanto precisa recolher o imposto à vista. No início do ano, a queda nas
vendas e o pagamento de tributos, como IPVA e IPTU, agravam a situação
financeira do setor.
Preocupações
com a Reforma Tributária
Outro tópico de preocupação
destacado no documento é a Reforma Tributária em discussão no Congresso
Nacional. O setor está apreensivo com a possível elevação da carga de impostos
durante o longo período de transição para o novo modelo, no qual os contribuintes
estarão submetidos, simultaneamente, ao sistema atual e ao novo. Isso deve
aumentar os custos de conformidade fiscal e dificultar o cumprimento das
obrigações tributárias.
Busca
por previsibilidade
A FecomercioSP enfatiza que a
adoção das medidas solicitadas ajudará a proporcionar previsibilidade para o
planejamento financeiro das empresas, contribuindo para o desenvolvimento
econômico do Estado.
O setor, agora, aguarda a
análise e resposta do governo estadual ao pedido, considerado essencial para
lidar com os desafios econômicos e tributários esperados para os próximos anos.