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3 de maio de 2023

SINCOMERCIO INFORMA: RADAR FECOMERCIO ANALISA


Taxa de juros no maior patamar em sete anos (Selic em 13,75% ao ano), inadimplência recorde (mais de 70 milhões de pessoas negativadas) e inflação elevada (IPCA de 12 meses em 4,65%). Esse é o panorama que torna o cenário atual desfavorável para solicitar empréstimo no Brasil.
O RADAR desta semana (2/5) mostra como essa conjuntura afeta a vida dos empresários que pretendem investir e quais as alternativas para enfrentar esse período.

 

Queda dos empréstimos

No mês de fevereiro, o sistema financeiro concedeu 9,5% a menos de novos empréstimos em comparação ao mês anterior, segundo o Banco Central (Bacen). No primeiro bimestre de 2023, os empréstimos somaram R$ 22,4 bilhões, redução de 15,3% em relação a igual período do ano passado, de acordo com a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança (Abecip).

O patamar elevado dos juros torna o crédito menos acessível em decorrência da elevação do custo e da maior seletividade das empresas que operam esses recursos, uma vez que a inadimplência está alta. Um levantamento da Serasa, com dados de março de 2023, indica que a inadimplência no Brasil segue crescendo, apesar de uma desaceleração. Com um aumento de 180 mil pessoas, o indicador de inadimplência aponta 70,71 milhões de brasileiros com o nome restrito. Há cinco anos, eram 59,3 milhões.

 

Desaceleração da economia

Segundo o economista Antonio Lanzana, copresidente do Conselho de Economia Empresarial e Política (CEEP) da FecomercioSP, dois fatores têm afetado a situação financeira das empresas: a desaceleração da atividade econômica e a situação do crédito. “Embora o PIB tenha crescido 2,9% em 2022, veio perdendo fôlego ao longo do ano passado, com o último trimestre já mostrando números negativos. Além disso, os primeiros indicadores de 2023 mostram também uma atividade bastante fraca”, destaca Lanzana.

“A necessidade de empréstimos evidentemente aumenta a demanda de crédito. Ao mesmo tempo, estamos enfrentando uma situação muito difícil para as empresas e para as pessoas. Além de caro, o crédito está escasso. As empresas que durante a pandemia encontraram facilidade para rolar as dívidas estão enfrentando outro cenário agora, com dificuldades para tomar empréstimos”, pontua.

Outras variáveis contribuíram para o aumento do rigor na concessão: a “quebra” de bancos internacionais, o elevado nível de endividamento do consumidor e a alta inadimplência. Os pedidos de recuperação extrajudicial (acordos fora do ambiente judicial), por exemplo, cresceram 900%.

 

Alternativa

As empresas que pretendem investir, na avaliação de Lanzana, têm a opção de obter recursos via mercado de capitais (na Bolsa, por exemplo) ou buscar capital no mercado financeiro. Os custos dessa segunda opção estão associados às taxas de juros de longo prazo — no momento, extremamente elevadas. “Crédito caro e escasso, de um lado, e expectativa de baixo crescimento do nível de atividade, de outro, têm reduzido as intenções de investimento”, destaca. Prova disso é a queda de 9,7% na produção de bens de capital no primeiro bimestre de 2023, em relação aos mesmos meses do ano passado.

 

Nível alto de inadimplência

O quadro descrito acima eleva o nível de inadimplência tanto de pessoas físicas como jurídicas. Em relação às pessoas físicas, a inadimplência está alta, mas a preocupação maior é referente ao comportamento futuro do mercado de trabalho, que não parece ser muito promissor em razão da expectativa de crescimento fraco do nível de atividade em 2023.

Quanto às pessoas jurídicas, os pedidos de recuperação judicial cresceram 37,6% no primeiro trimestre em comparação ao mesmo período de 2022. “É um quadro que preocupa. Apesar disso, estamos muito longe do ocorrido no período 2015/2016, quando dois anos seguidos de recessão agravaram substancialmente a situação financeira das empresas”, pondera Lanzana.

Esse cenário afeta de forma diferente as empresas, dependendo de uma série de fatores: segmento de atuação, nível de endividamento, estratégias e gestões diferentes, entre outros fatores. “Os empresários devem ficar atentos, pois este é um período de transição no sentido de uma melhora das condições de crédito, com a redução das taxas de juros”, conclui o economista.

 

Sugestões

O presidente do CEEP ainda levanta algumas sugestões para a reflexão dos empresários: gestão financeira cuidadosa, com controle do caixa, refinanciamento de dívidas, renegociação de contratos e busca de condições mais favoráveis com fornecedores. “Importante chamar a atenção da necessidade que muitas empresas têm de revisar os processos de operação, porque não adianta, por exemplo, ‘esticar’ uma dívida se a operação não vai gerar condições de honrar os novos compromissos financeiros”, explica.

Mesmo com o início do ano fraco, Lanzana prevê que o PIB deve crescer 1% em 2023, e as taxas de juros tem totais condições de serem reduzidas. Com base nas previsões da pesquisa Focus, o IPCA de 12 meses pode atingir taxa próxima a 3,5% em junho, o que vai aumentar a pressão sobre o Bacen. Ocorre, porém, que a inflação vai voltar a subir, fechando o ano acima da meta. Além disso, o núcleo da inflação está muito acima do IPCA.

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